Medusa (filme)
Medusa | |
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Pôster oficial do filme. | |
Brasil 2023 • cor • 127 min | |
Gênero | terror fantasia |
Direção | Anita Rocha da Silveira |
Produção |
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Produção executiva | Tarcila Jacob |
Roteiro | Anita Rocha da Silveira |
Elenco |
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Música | Bernardo Uzeda |
Cinematografia | João Atala |
Edição | Marilia Moraes |
Companhia(s) produtora(s) | Bananeira Filmes MyMama Entertainment |
Distribuição | Vitrine Filmes |
Lançamento | 16 de março de 2023 |
Idioma | português |
Medusa é um filme de terror e fantasia brasileiro de 2023 dirigido e escrito por Anita Rocha da Silveira. O filme é protagonizado por Mariana Oliveira e é inspirado no mito de Medusa para narrar a história de um grupo de jovens mulheres que fazem de tudo para manter as aparências de mulheres perfeitas, submetendo-se a um regime de opressão. O elenco secundário é composto por Lara Tremouroux, Joana Medeiros, Felipe Frazão, Thiago Fragoso e Bruna Linzmeyer.[1]
Sinopse
[editar | editar código-fonte]Há muitas eras atrás, uma lenda surgiu e ainda é contada na sociedade, a história de Medusa. Ela foi sacerdotisa da deusa virgem Atena, mas foi violentada por Poseidon em seu local de oração e devoção. Como punição, Atena transformou seus cabelos em cobras e qualquer homem que olhasse para ela seria transformado em pedra. Hoje em dia, o mito ainda é amplamente conhecido. Mariana (Mariana Oliveira) é uma jovem que se esforça ao máximo para manter a aparência de ser a mulher perfeita. Ela e suas amigas farão tudo o que estiver ao seu alcance para controlar tudo e todos ao seu redor e resistir à tentação, mas a vontade de gritar torna-se cada vez mais forte.[2]
Elenco
[editar | editar código-fonte]- Mariana Oliveira como Mariana
- Lara Tremouroux como Michele
- Joana Medeiros como Karen
- Felipe Frazão como Lucas
- Thiago Fragoso como Pastor Guilherme
- Bruna G. como Clarissa
- Bruna Linzmeyer como Melissa
- Carol Romano como Vivian
- Fernanda Lasevitch como Rita
- Isadora Ruppert como Dani
- Julianna Pimenta como Lulu
- Anita Chaves como Paty
- Natália Balbino como Jennifer
- João Víthor Oliveira como Jonathan
- Arthur Santileone como Vigilante Arthur
- Bruno Marques como Vigilante Bruno
- Gui Heck como Vigilante Heck
- João Gana como Vigilante João
- Fernando Lúcio como Vigilante Fernando
- Lucas André como Vigilante André
- Marcelo Petzen como Vigilante Marcelo
- Lúcio Martínez como Vigilante Martínez
- Nestor Siqueira como Vigilante Nestor
- Pablo Cortez como Vigilante Pablo
- Danilo Mateus como Vigilante Tavarez
- Inez Viana como Dona Carmem
- Ana Suely Malta como Dona Francisca
- Márcio Mariante como Doutor Arnaldo
- Júlia Roliz como Júlia
- Bárbara Sut como Sara
- Dora Freind como Letícia
- Gabriel Salabert como Carlos
- Ivson Rainero como "Homem fiel"
- Clarisse Zarvos como "Mulher fiel"
- Luciana Novak como "Falsa Melissa"
Produção
[editar | editar código-fonte]Antecedentes
[editar | editar código-fonte]De acordo com diretora Anita Rocha da Silveira, que também é responsável pelo roteiro, o filme teve origem em sua própria observação da sociedade brasileira nos últimos anos, que retomou a defesa de um modelo de mulher "bonita, recatada e do lar".[3] Além disso, a cineasta ficou atenta a uma série de notícias de jornais de 2015 que relatavam ataques contra jovens consideradas "promíscuas" por agressoras que também eram mulheres.[3]
As notícias levaram Anita a lembrar imediatamente do mito de Medusa.[4] Na versão mais conhecida do mito, Medusa era uma das donzelas mais belas e uma sacerdotisa do templo de Atena. No entanto, ela cedeu às investidas de Poseidon, enfurecendo Atena, a deusa virgem. Como castigo, Atena transformou o belo cabelo de Medusa em serpentes e desfigurou seu rosto a ponto de transformar em pedra quem quer que a olhasse. Medusa foi punida por sua sexualidade, por desejar e por não ser "pura".[4] A partir dessa junção entre mito e realidade, Anita percebeu que, mesmo após séculos, as mulheres ainda desejam controlar umas às outras. Talvez isso seja uma forma de manter o controle sobre si mesmas, uma vez que cresceram com medo de ceder aos seus impulsos e de serem rotuladas como "histéricas". O controle também passa pela aparência e pela beleza, uma vez que a ideia de que esses são seus principais atributos está impregnada em suas mentes. Elas fazem dietas para alcançar o peso "padrão" e se submetem a procedimentos estéticos dolorosos na esperança de manterem-se jovens para sempre.[4]
Escolha do elenco
[editar | editar código-fonte]Mariana (interpretada por Mari Oliveira) é a personagem principal do filme e é retratada como uma jovem bela que, juntamente com suas amigas, faz parte de um grupo chamado Preciosas do Altar, no qual se esforçam para evitar cair em tentações.[4] Anita já havia trabalhado com Mari em seu primeiro longa-metragem, Mate-me por Favor, e escreveu o papel especialmente para a atriz. Mais de 200 jovens, incluindo atores e atrizes, foram testados para a escolha do elenco.[4] Anita trabalhou junto com o produtor de elenco Giovani de Barros, que já era seu amigo há muitos anos, para a escolha do elenco.[5] Alguns atores foram convidados, como Bruna Linzmeyer, que já era amiga pessoal da diretora, e Thiago Fragoso, indicado pela produtora executiva, que sempre afirmou que ele seria um excelente pastor, sendo que a própria Anita conversou com o ator sobre o papel.[5] Joana Medeiros, que interpreta a enfermeira, e Inez Viana, que faz uma participação, também foram escolhidas especialmente. No entanto, a maioria do elenco jovem foi escolhido através de testes abertos em redes sociais.[5]
Desenvolvimento
[editar | editar código-fonte]A concepção de Medusa começou em 2015, e a filmagem ocorreu antes da pandemia em novembro de 2019.[4] Produzido pela Bananeira Filmes de Vania Catani e pela MyMama Entertainment de Mayra Faour Auad, o filme é distribuído pela Vitrine Filmes através do projeto Sessão Vitrine, contemplado pelo PROAC 34/2022, um programa de incentivo à cultura do Governo do Estado de São Paulo e da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo.[4]
Lançamento
[editar | editar código-fonte]O filme teve sua première mundial em 12 de julho de 2021 no Festival de Cannes, na França, onde foi selecionado para ser exibido na Quinzena de Realizadores, que ocorreu entre 7 e 17 de julho, paralelamente à mostra oficial do festival.[6] O filme alcançou uma boa repercussão no festival francês, que é um dos mais prestigiados no mundo, alavancando sua turnê mundial por festivais de cinema. Em 15 de setembro de 2021 estreou no Canadá sendo um dos destaques do 46° Festival Internacional de Cinema de Toronto.[7] Dez dias depois, em 25 de setembro, voltou a ser exibido na França no Festival Reflets du Cinéma Ibérique et Latino Américain, em Villeurbanne.[8] Em 7 de outubro, foi aplaudido na Espanha durante o Festival de Cinema de Sitges, também conhecido como Festival Internacional de Cinema Fantástico da Catalunha.[9] Durante outubro de 2021, o filme ainda percorreu por países europeus, sendo exibido na Itália no Festival de Milano (9), novamente na França no La Rouche-sur-Yon International Film Festival (13), e na Áustria, onde foi apresentado no Festival Internacional de Cinema de Viena - Viennale - no dia 23.[10] No Brasil foi exibido oficialmente no Festival do Rio.
Em 26 de outubro, Medusa estreou no continente americano no Philadelphia International Film Festival, nos Estados Unidos.[11] Em 6 de novembro, foi apresentado na Suíça no 27° Geneva International Film Festival.[12] Foi exibido no Raindance Film Festival no mesmo dia (6), no Reino Unido, encerrando a mostra de filmes do evento.[13] Voltou a ser exibido nos Estados Unidos no AFI Latin American Film Festival.[14] As exibições em festivais de cinema continuaram em 2022. No início do ano, em 26 de janeiro, participou do Festival Internacional de Cinema de Roterdão, nos Países Baixos.[15] Fez uma passagem por festivais de cinema dos Estados Unidos, incluindo o Festival Internacional de Cinema de Miami em 6 de março, o Milwaukee Film Festival em 22 de abril e Maryland Film Festival em 29 de abril.[16] Foi selecionado para o Festival de Cinema Brasileiro de Paris, sendo exibido em 31 de março. Já no continente asiático, o filme estreou na Coreia do Sul no Festival de Jeonju em 29 de abril.[16] Em 25 de junho estreou na Alemanha durante o 39° Festival de Cinema de Munique, sendo exibido na mostra competitiva CineVision.[17]
Comercialmente, o filme foi lançado na França em 16 de março de 2022. Em 29 de julho, teve um lançamento com sessões limitadas nos Estados Unidos. Foi distribuído nos cinemas da Polônia a partir de 14 de agosto. Na Alemanha, Medusa chegou aos cinemas em 1 de dezembro.[18] No Brasil, o lançamento comercial ocorreu apenas em 16 de março de 2023.[1] O filme foi distribuído em diversas cidades brasileiras, incluindo São Paulo, Rio de Janeiro, Aracaju, Belo Horizonte, Brasília, Fortaleza, Goiânia, João Pessoa, Palmas, Porto Alegre, Recife, Salvador e Vitória. A distribuição foi feita pela Vitrine Filmes através do projeto Sessão Vitrine.[19]
Recepção
[editar | editar código-fonte]Crítica
[editar | editar código-fonte]Medusa recebeu ampla aclamação da crítica internacional e nacional. No Rotten Tomatoes, 84% das 44 críticas são positivas, com uma nota média de 7.4/10. E o consenso do site afirma: "Em uma mistura tonal elegante e bem representada, Medusa confronta a hipocrisia religiosa e o sexismo com uma raiva revigorante."[20] Por sua vez, o Metacritic atribuiu uma média ponderada de 67 em 100 baseada em 10 críticas.[21] O filme foi bem recepcionado e premiado em diversos festivais de cinema em que foi exibido, em especial, internacionalmente.[5] Escrevendo para o site Omelete, Paula Febbe disse que o filme combina elementos de mitologia, horror e religião para criticar a extrema-direita e promover a libertação das mulheres de diversas formas de opressão.[22] Febbe escreveu que não um filme de terror intenso e que, embora o horror esteja presente na atmosfera e na assustadora proximidade com a realidade, não se baseia em sustos repentinos, sobrenaturalidade e cenas de gore. Em vez disso, o filme utiliza o grotesco e o estranho de forma magistral e provocativa dentro do gênero de terror. Ela destacou a cena de abertura, onde Bruna Linzmeyer se contorce em uma dança que a faz parecer um inseto lutando para sobreviver ao inseticida, pontuando que é uma das melhores cenas que já viu em um filme nacional de terror.[22]
Para o Plano Crítico, Roberto Honorato escreveu que o filme enfoca a construção de algumas cenas que mesclam a tensão do thriller norte-americano com a estética do cinema italiano, inspirado no estilo de diretores como Bava ou Argento, e muito disso é destacado no uso da excelente trilha sonora inquietante de Bernardo Uzeda, influenciada por bandas como Goblin (que fez grandes colaborações com Dario Argento) ou a Tangerine Dream. A combinação do rock gótico de Siouxsie & The Banshees com o MPB de Marina Lima na sua versão de "Uma Noite e ½" é uma das decisões mais inteligentes que o filme fez, o que deixa ainda mais envolvente a combinação de thriller, drama, comédia e musical.[23]
Cecília Barroso, para o site Cenas de Cinema, escreveu que a obra apresenta uma complexidade tanto em sua forma quanto em seu conteúdo. Como um terror de primeira qualidade, incorpora influências de diversas escolas do gênero. O tradicional se funde à energia de um cinema inventivo, destacado pela força de uma trama que exala a juventude que representa, um elemento ainda muito presente - de forma altamente positiva - no trabalho da diretora. Rocha da Silveira utiliza cores e luzes para criar um ambiente marcante, empregando o neon para dar ênfase à cena, centralizando os corpos, expondo ou ocultando-os conforme necessário para evocar as sensações desejadas, e domina perfeitamente o uso da trilha sonora, tanto na manipulação do som quanto na seleção das músicas. Em sua impressionante colagem pop, cria o cenário ideal para uma história que discute o presente surreal que enfrentamos, mesmo que na ficção ainda esteja por vir.[24]
Prêmios e indicações
[editar | editar código-fonte]Ano | Associações | Categoria | Recipiente(s) | Resultado | Ref. |
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2021 | Festival de Cinema Raindance | Melhor Filme Internacional | Medusa | Indicado | [4] |
Festival de Cinema de Sitges | Melhor Filme | [4] | |||
Melhor Direção | Anita Rocha da Silveira | Venceu | |||
Festival Internacional de Cinema de San Sebastián | Melhor Filme Latino-americano | Medusa | |||
Festival do Rio | Melhor Filme (Première Brasil) | [4] | |||
Melhor Atriz Coadjuvante | Lara Tremouroux | ||||
2022 | Festival de Cinema de Munique | Melhor Filme de Diretor Emergente | Medusa | Indicado | |
Festival Internacional de Cinema Independente de Buenos Aires | Melhor Filme | ||||
Festival Internacional de Cinema de Miami | Prêmio Knight Marimbas | ||||
Menção Honrosa de Atuação | Mariana Oliveira | Venceu | |||
Festival Internacional de Cinema de Palm Springs | Melhor Filme Ibero-americano | Medusa | Indicado | [4] | |
Menção Honrosa de Melhor Filme Ibero-americano | Venceu | ||||
IndieLisboa International Independent Film Festival | Melhor Filme Internacional | Medusa | Indicado | [4] | |
Prêmio especial TVCine Channels | Anita Rocha da Silveira | Venceu | |||
Jeonju International Film Festival | Melhor Filme Internacional | Medusa | Indicado | ||
Prêmio ABC de Cinematografia | Melhor Montagem | Marilia Moraes | Indicado | [25] | |
Melhor Som | Bernardo Uzeda, Gustavo Loureiro e Evandro Lima | ||||
Melhor Direção de Fotografia de Longa-metragem | João Atala | ||||
Tromsø International Film Festival | Melhor Filme Internacional | Medusa | Venceu | [26] | |
Aurora Award | Anita Rocha da Silveira |
Referências
- ↑ a b "Medusa", longa com Bruna Linzmeyer, estreia nesta semana | Repórter DF | TV Brasil | Cultura, 18 de março de 2023, consultado em 10 de abril de 2023
- ↑ AdoroCinema, Medusa, consultado em 10 de abril de 2023
- ↑ a b CORDEIRO | @ANGELOCINEFILO, ANGELO (16 de fevereiro de 2023). «"Medusa", terror brasileiro premiado em festivais internacionais, ganha data de estreia». CineBuzz. Consultado em 10 de abril de 2023
- ↑ a b c d e f g h i j k l «"Medusa", exibido na Quinzena dos Realizadores de Cannes, chega aos cinemas – Revista de Cinema». Consultado em 10 de abril de 2023
- ↑ a b c d Kas, Ligia (6 de abril de 2023). «Cineasta Anita Rocha da Silveira é o nome por trás de "Medusa"». Harper's Bazaar » Moda, beleza e estilo de vida em um só site. Consultado em 10 de abril de 2023
- ↑ Coletti, Caio (8 de junho de 2021). «Cannes: Filme brasileiro Medusa é selecionado em mostra paralela; veja lista». Omelete. Consultado em 10 de abril de 2023
- ↑ Falcão, Camila (28 de julho de 2021). «Festival de Toronto confirma filme brasileiro Medusa na seleção». Omelete. Consultado em 10 de abril de 2023
- ↑ «MEDUSA - Reflets du Cinéma Ibérique et Latino Américain». www.lesreflets-cinema.com. Consultado em 10 de abril de 2023
- ↑ «Brasileiras são premiadas no festival de cinema fantástico Sitges». Exame. 16 de outubro de 2021. Consultado em 10 de abril de 2023
- ↑ «Medusa | Viennale». www.viennale.at (em inglês). Consultado em 10 de abril de 2023
- ↑ «MEDUSA part of the 30th Philadelphia Film Festival!». Philadelphia Film Society (em inglês). Consultado em 10 de abril de 2023
- ↑ «Medusa». GIFF 2021 (em inglês). Consultado em 10 de abril de 2023
- ↑ «Closing Night Gala: Medusa». Raindance (em inglês). Consultado em 10 de abril de 2023
- ↑ Sullivan, Rowan (21 de novembro de 2021). «Medusa - AFI Fest 2021». FilmRoot (em inglês). Consultado em 10 de abril de 2023
- ↑ «Medusa | IFFR». iffr.com. Consultado em 10 de abril de 2023
- ↑ a b «Medusa – Vitrine Filmes». Consultado em 10 de abril de 2023
- ↑ Cinevitor (9 de junho de 2022). «Festival de Cinema de Munique 2022: filmes brasileiros são selecionados». CINEVITOR. Consultado em 10 de abril de 2023
- ↑ Sam, Little (27 de setembro de 2022). «Feministischer Horrorfilm "Medusa" aus Brasilien kommt in die deutschen Kinos». Scary-Movies.de (em alemão). Consultado em 10 de abril de 2023
- ↑ Redação (16 de março de 2023). «"Medusa" estreia nos cinemas nesta quinta, 16». TELA VIVA News. Consultado em 10 de abril de 2023
- ↑ «Medusa - Rotten Tomatoes». www.rottentomatoes.com (em inglês). Consultado em 10 de abril de 2023
- ↑ Medusa, consultado em 10 de abril de 2023
- ↑ a b Febbe, Paula (24 de março de 2023). «O grito da Medusa». Omelete. Consultado em 10 de abril de 2023
- ↑ Honorato, Roberto (18 de março de 2023). «Crítica | Medusa (2023)». Plano Crítico. Consultado em 10 de abril de 2023
- ↑ Barroso, Cecilia (19 de março de 2023). «Medusa». Cenas de Cinema. Consultado em 10 de abril de 2023
- ↑ «ABC divulga os trabalhos selecionados para o Prêmio ABC 2022». Consultado em 10 de abril de 2023
- ↑ «Medusa wins the Aurora Prize at the Tromsø International Film Festival». Cineuropa - the best of european cinema (em inglês). Consultado em 10 de abril de 2023